O jardim que acaba com a Dengue

Conheça a Crotalária, planta que ajuda no combate ao Aedes Aegypti. O jardim que salva vidas

 23/12/2022     Ciência e tecnologia      Edição 429
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A problemática que envolve a Dengue tem ganhado a atenção de especialistas e noticiários em todo o país devido ao seu crescimento acelerado nos últimos anos no Brasil. Mas também têm surgido casos de sucesso, como, por exemplo, no município de Sorriso, no estado do Matogrosso, onde as ações de combate alternativas, como o uso de uma planta, tem dado excelentes resultados.

 

Inimigo natural

 

Crotalária é uma planta da espécie leguminosa, com capacidade de atrair as libélulas, conhecidas como zigue-zague, lavadeira, lava-bunda, cavalo-de-judeu, que também se proliferam em água parada. Entretanto, as larvas das libélulas se alimentam das larvas do mosquito Aedes aegypti, realizando assim o controle biológico da dengue. Esse método refere-se mais especificamente ao controle indireto do mosquito da dengue, cuja população seria reduzida pelo cultivo dessa espécie do gênero botânico, a Crotalária. Vale ressaltar que esta medida é complementar à prática de eliminar os criadouros (potes de água limpa acumulada pela chuva) do mosquito vetor da dengue.

 

A descoberta

 

Segundo a professora doutora Janira Martins, diretora do Museu Nacional entre 1994 a 1997, a decana do Departamento de Entomologia do Museu Nacional e responsável pelo setor de Insetos Aquáticos, contou que visitara a cidade de Cotia (SP), em 2005, e ficou espantada que não havia surtos de dengue. A doutora então fez uma pesquisa por dias em uma grande área cultivada com a crotalária júncea, cujas plantas estavam na floração e exalavam odor, quando constatou população relevante de insetos da família libellulidae predando larvas.

A professora comentou que as libélulas das famílias Aeshnidae, Libellulidae e Coenagrionidae são predadoras diretas comprovadas do mosquito Aedes aegypti, tanto na fase jovem quanto na adulta.

 

Miguel Pereira

 

Miguel Pereira teve essa planta há pelo menos dezoito anos, quando foi plantada em ações de restauração florestal em Francisco Fragoso, Miguel Pereira, em proteção do rio Santana.