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Arnaldo,

Betinho era um cara alegre, leve, daqueles com quem era possível sentar pela manhã e varar a madrugada ouvindo histórias e "causos".

Mas Betinho também era servidor público e daqueles que, hoje em dia, é difícil de se encontrar. Ele pertencia ao quadro da Fundação Leão XIII, mas de uma época que a fundação prestava relevantes serviços à população.

Certa vez o cartão de ponto do Betinho não tinha vindo como os cartões dos demais servidores de Miguel Pereira. Betinho pegou o telefone e ligou para o Departamento de Pessoal reclamando que ele foi o único que não tinha recebido cartão de ponto.

Do outro lado da linha, o servidor responde:

- Seu Betinho o senhor está aposentado há um mês e meio!

E Betinho reclamou:

- Mas eu não pedi aposentadoria nenhuma... Respondeu indignado.

Então o servidor do RH foi taxativo e conclusivo:

- O senhor completou 70 anos e, nessa idade, o sistema desliga compulsoriamente!

Resumindo, Betinho gostava tanto do trampo que trabalhou de graça por um mês e meio. Viva ao Betinho Seleiro.

Pode isso, Arnaldo?!... Isso pode!