Canal GNT lança documentário 'O Outro Mundo de Sofia', sobre luta de Guete Brito para cultivar maconha medicinal no Brasil e tratar a filha

Filme estreia dia 8 de maio no GNT e ficará disponível para assinantes +Canais do Globoplay, e teve a participação do advogado Marcelo Mourão e do jornalista Mauro Peixoto

 06/05/2023     Cannabis medicinal      Edição 448
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Com a sala 1 do cinema Estação Net Botafogo lotada com: médicos que prescrevem os canabinóides, advogados, cientistas, pacientes que são tratados com o CBD, militantes e simpatizantes da causa pela regulamentação do uso da maconha medicinal, foi exibido, em primeira mão, o documentário "O Outro Mundo de Sofia".

Nesse segundo filme, ele já traz os momentos tensos e críticos de quando a fazenda Sofia Langenbach, em Paty do Alferes, recebeu a visita da Polícia Civil com oito carros e de posse de mandado de busca e apreensão da maconha. A visita poderia ter destruído meses de estudo e preparação do óleo de cannabis que, hoje, trata mais de 6.000 pacientes. A exibição foi sucesso de crítica e público. Vale a pena conferir. Há uma expectativa de que o filme/documentário seja exibido em Paty e Miguel Pereira.

Sofia Langenbach tem 13 anos, tem uma síndrome rara e uma história que virou História. Sua família foi a primeira no Brasil a conseguir autorização da Justiça para cultivar maconha como medicamento. Sua mãe tornou-se a maior ativista canábica do país. E seu nome batiza uma fazenda que produz remédio para mais de 6 mil famílias.

 

Estreia dia 8 de maio, à 00h30, no GNT

 

Dirigido pelo cineasta Rapha Erichsen e com estreia marcada para o dia 8 de maio, à 00h30, no GNT, o documentário "O Outro Mundo de Sofia" mergulha nessa História. E acompanha a batalha de Margarete [Guete] Brito, a mãe da menina, para manter e ampliar o cultivo da planta, enfrentando ameaças constantes e trazendo para o centro do debate a descriminalização da droga, a importância de estudos científicos sobre as propriedades curativas da planta e a desconstrução de diversos argumentos proibicionistas.

Produzido pela Kromaki, em coprodução com o GNT, o documentário conta com a participação de nomes como o deputado federal e pastor Henrique Vieira, o neurocientista e biólogo Sidarta Ribeiro, o autor Francisco Bosco e a socióloga Julita Lemgruber. A partir de 9 de maio, a produção estará disponível no Globoplay +Canais e em plataformas on demand das operadoras.

 

1º Filme "Ilegal: a vida não espera"

 

Rapha Erichsen abordou o tema pela primeira vez em 2014, no filme "Ilegal: a vida não espera". Codirigido por Tarso Araújo, o longa abriu um amplo debate sobre o uso medicinal da maconha no país ao revelar a rotina de um grupo de mães que desafiava a lei para conseguir remédios à base da planta para seus filhos. Guete Brito era uma delas. Agora, quase dez anos depois, Rapha volta a ela para avançar no assunto. "A mesma planta que serve de medicamento é criminalizada e gera morte nas periferias do país. É chocante como, apesar dos avanços, ainda não se discute isso", afirma o diretor.

 

Margarete e Marcos Langenbach

 

Guete e o marido, Marcos Lins Langenbach, comandam a Apepi (Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes), que cultiva cannabis, produz e distribui remédios feitos a partir da planta. Apesar de ter se lançado nessa luta para proporcionar qualidade de vida à própria filha, Guete logo percebeu a abrangência da causa, e hoje levanta uma bandeira que vai muito além de Sofia. Afinal, não há pauta social que se sustente sem reconhecer as demandas de outros grupos.

Ao reivindicar políticas públicas que viabilizem a produção e distribuição de medicamentos derivados da maconha, portanto, o filme também enfatiza a importância de se rediscutir a guerra às drogas, que persegue, encarcera e mata - sobretudo - a população pobre e negra.

É nessa busca por maior visibilidade da luta e pelo enriquecimento do debate, que Guete encontra personagens de diferentes vivências, perspectivas e áreas de atuação. Mães, pais, pacientes, cientistas, pesquisadores, historiadores, advogados e figuras políticas surgem para somar em um único debate contrário a uma guerra sem benefício. "Esperamos que, nesse novo cenário político, possamos avançar numa regulamentação justa e democrática para o Brasil e que contemple o cultivo para as Associações", diz a ativista Margarete Langenbach.

 

Ficha técnica:

Direção: Rapha Erichsen

Roteiro: Rapha Erichsen e Denis Russo Burgierman

Produção executiva: Rodrigo Letier, Roberta Oliveira, Anna Julia Werneck e Fernanda Abreu

Diretora de Produção: Fernanda Abreu

Coordenação de Produção: Caio Costa e Aurora Eyer

Direção de Fotografia: Louise Botkay, dafb.

Produção: Kromaki Coprodução: GNT

 

 

Trailer do filme



Foto 1 - Cinema Net Botafogo - Pré-estreia dia 02/05/23
Foto 2 - Marcelo Mourão (D), Margarete (Guete) Brito, Marcos Langenbach, Mauro e Simone Peixoto
Foto 3 - Sala de cinema lotada
Foto 4 - Dia 26 de janeiro de 2021 quando a Fazenda Sofia Langenbach foi invadida pela Polícia Civil, com mandado de busca e apreensão, que foi revogado pela juíza da comarca horas depois.