"Pornografia" - os malefícios desta indústria
É fato que a cada dia mais e mais homens estão viciados em pornografia e que o primeiro contato com o conteúdo pornô acontece cada vez mais cedo
10/06/2023
Sexóloga Clarissa Huguet
Edição 453
Compartilhe:
É
fato que a cada dia mais e mais homens estão viciados em pornografia e que o
primeiro contato com o conteúdo pornô acontece cada vez mais cedo em
decorrência da extrema facilidade de acesso que há atualmente.
Hoje,
falaremos sobre a natureza extremamente violenta da indústria pornográfica que
envolve mulheres sendo usadas, dominadas e aproveitadas; em suma,
objetificadas.
Diversos
estudos mostram que a exposição ao pornô pode começar a dessensibilizar os
telespectadores para a violência contra as mulheres e os influenciar a acreditar
que é aceitável e até positivo repetir o que viram na tela. A noção de
realidade passa a ser aquela que meninos na pré-adolescência consomem
incessantemente nas telas de smartphones, laptops e TVs.
Não é
à toa que um sem número de mulheres não consegue ter orgasmo com a penetração e
relata que seus parceiros sequer esperam até que elas estejam lubrificadas para
"meter". E iniciam aquele sexo penetrativo com movimentos mecânicos e
ritmados de bate estaca que acabam por fazer a mulher até perder a lubrificação
que, por ventura, tenha ocorrido durante o trelêlê.
Esta
objetificação e a maneira como as atrizes são tratadas nas relações sexuais nos
filmes acaba tendo efeitos nefastos quando estes meninos, na fase adulta, vão
se relacionar com mulheres. Não é segredo que a pornografia tende a ignorar o
prazer da mulher e se concentra estritamente no que agrada ao homem, o que
apenas imita a realidade. E essa máxima acaba sendo replicada na vida real.
Como resultado temos uma legião de mulheres insatisfeitas sexualmente,
acreditando que há algo de errado com elas.
Além
disso, quando vivenciamos situações prazerosas, uma parte do nosso cérebro é acionada
e o neurotransmissor dopamina é produzido. É isso que acontece quando homens
acessam este conteúdo. Pouco esforço para uma incrível recompensa. O problema é
que nosso cérebro se acostuma com aquele estímulo e vai querer mais e mais. Até
o momento em que nada mais na vida real será suficiente. Já imaginaram isso?
Pois esta já é uma realidade para lá de alarmante.
Ontem
uma mulher me perguntou: "Ué, eu te acho tão cabeça aberta, e pelo título da
sua Live entendi que você não curte pornografia". Eu respondi que, para
entendermos os malefícios desta indústria, é necessário ter informações que vão
muito além do que as telas mostram, ali só temos o fake. E sugeri que ela
assistisse ao TedX: The great porn experiment (Gary Wilson).
Aproveito
para deixar aqui esta sugestão para vocês e também Informação e reflexão:
combinação infalível.