E tome chão...
Quando a paixão é o alimento do Guardião, guardada no embornal...
29/09/2023
Marcelo Mourão
Edição 469
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E pelos
confins da vida e das cidades, do chão e das terras, onde são guardados os
segredos antigos, lá se vai nosso guardião. Sua paixão sempre presente é cuidar
das entradas esquecidas que ligam o presente às histórias do passado.
Cada entrada é
um portal para um mundo distante, um eco das paixões que um dia ecoaram pelos
corredores abandonados da fazenda ou pela emoção de um patrimônio recuperado.
O guardião
passa horas a fio explorando os cantos escuros da cidade, os causos que contam
a história da nossa gente e ele vai, anda, caminha, cavalga procurando as
histórias dos amores perdidos, sonhos realizados, tragédias esquecidas.
Lá se vai
nosso guardião descobrindo picadas, grutas e montanhas, mirantes, pedras, chão,
barro, lago, inúmeros passarinhos, cantos nunca ouvidos, mas sempre lembrados.
Passam todas
as estações e lá se vai nosso guardião. Seja na tarde de outono, quando
descobre uma entrada ou uma história, uma madeira antiga, entalhes delicados
que lembram um romance proibido.
Abriu uma
porta esquecida e velha de uma fazenda e um vento de repente cortou o tempo e o
espaço e uma onda de emoção veio logo revelando um mundo que, há muito tempo,
estava adormecido.
Lá se vai
nosso guardião pelas estradas de Minas, pelas estradas do ouro, do caminho
novo, do café, de Nossa Senhora Aparecida.
Lá se vai
nosso guardião entrando nos casebres abandonados, verificando vestígios de
fogueiras antigas, abandonadas, que uma vez ali, por certo, aqueceu os
viajantes.
Lá se vai
nosso guardião e, assim, explorando em seu diário sempre presente as anotações
que formam uma nova história, ressuscitando paixões e promovendo conexão com
esses personagens todos do passado, guardando e protegendo sempre a memória.
Lá se vai
nosso guardião ao entardecer com seu embornal, sua capa, seu chapéu, seu cavalo
e toda sua esperança de promover a ligação do passado com o presente, porque o
futuro será escrito por certo nas linhas do acontecer.
Lá se vai nosso
guardião com a história do passado em sua mente, descrevendo, no Memorial da
Cidade, tudo o que sabe e tudo o que quer aprender.
Ele sabe que
sua missão é manter viva a paixão e preservar as entradas e as histórias de
toda a nossa terra.
Uma história
que torna única nossa Cidade.
Um bandeirante
dos tempos modernos, mas um guardião.
Lá se vai
nosso guardião cavalgando, mantendo viva a paixão, caminhando sobre os rios com
os pés da cidade onde o chão é simplesmente terra, mas o alicerce, memória que
resiste ao tempo.
Lá se vai
nosso guardião que, neste história, atende pelo nome de Lauro de Barros,
Laurinho... e tome chão.