Transferir a responsabilidade pelo nosso prazer a terceiros é um tiro no pé

Como este processo é complexo, muitas mulheres transferem a responsabilidade pelo prazer delas para a parceria: "ele/ela não me faz gozar".

 09/03/2024     Sexóloga Clarissa Huguet      Edição 491
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Primeiramente, temos que saber do que gostamos, do que nos excita e nos dá prazer. Para isso, precisamos colocar a mão na massa e nos tocar, investir no autoconhecimento do nosso corpo e mente, pois ambos andam juntos. Muitas vezes, o corpo nos dá sinais do que ele quer, mas a mente não permite vivenciar aquela experiência.

O julgamento vem antes e barra o experimentar, o sensorial fica de lado, perdendo para um racional que é permeado de conceitos e preconceitos sobre o que é aceitável/não aceitável, o que pode e não pode de acordo com as normas sociais.

Como este processo é complexo, muitas mulheres transferem a responsabilidade pelo prazer delas para a parceria: "ele/ela não me faz gozar". Percebam a estranheza desta frase.

Nosso corpo traz um manancial de possibilidades de prazer e você culpa outra pessoa pelo seu não orgasmo? Na realidade, se aquele com quem você está não dá a mínima para o seu prazer, aí a responsabilidade é sua elevada ao cubo, mas devido ao fato de você não colocar essa pessoa pra fora da sua vida.

Quando se fala em prazer, estamos nos referindo a experiências individuais antes de tudo. O indivíduo começa a conhecer seu corpo e órgãos genitais na infância, sendo a masturbação infantil algo natural que faz parte desta fase da vida. Não tem, porém, cunho sexual ou erótico, sendo apenas uma descoberta sobre as partes que constituem e formam o seu corpo e, de forma natural, descobrem os genitais e as sensações gostosas.

É durante a puberdade que se inicia o processo de autoconhecimento de forma intencional e consciente, momento no qual a masturbação ganha conotação sexual e erótica, juntamente com todas as outras experiências sexuais próprias desta fase.

Assim, para ter prazer, você precisa conhecer o seu corpo, suas regiões de prazer e, sobretudo, se tiver uma parceria, ter abertura e intimidade com ela para conversar sobre sexualidade. Conversar sobre o que te dá tesão, o que te deixa louca. E você só será capaz de fazer este movimento, se você tiver esta resposta.

Me conta: você conversa com a sua parceria sobre o que te deixa louca(o) na cama?